domingo, 21 de dezembro de 2008

O ARRETADO - DE JOÃO BATISTA MELO

Era um menino arretado
Que nasceu no Oriente
Numa caminha de tábua
Junto ao gado inocente
Vereda e caminho torto
Sem ter o menor conforto
Parecendo um carente

Seu coração era fundo;
Totalmente transparente
Era simples como a flor
Em tarde de sol poente
Era um campo verdejante
De espírito abundante
Parecendo um carente

Ele deu novo sentido
À vida de toda gente
Lançou paz e igualdade
Pra quem quer viver decente
Desde jovem foi vibrante
Com idéia trepidante
Parecendo um carente

Dois milênios de estrada
Com mensagem coerente
Sempre junto aos excluídos
Sofrendo enormemente
Sem emprego nem escola
Dependendo de esmola
Parecendo um carente

Não abandona ninguém
No amor vive presente
É amigo inseparável
De coração sorridente
Se tem que se defender
Paga às vezes sem dever
Parecendo um carente

Sem roupas caras nem jóias
Enem orgulho na mente
Este menino foi Rei
De alma benevolente
Sua mãe, uma Rainha
Que saudava sua vizinha
Parecendo uma carente

Este menino arretado
Foi jovem e adolescente
Preso com criminoso
Sofreu pacientemente
Seu nome era Jesus
Morreu pregado na cruz
Parecendo um carente

Surgiu no terceiro dia
Na sua forma imponente
Já não tava mais no físico
Tinha corpo transparente
Elevado à sua glória
Simbolizando a vitória
Pela salvação da gente.


Este cordel foi feito pelo Cordelista João Batista Melo para o Natal... e cedido para esta postagem.
Ele reside em Niteroi e expõe seus cordéis aos domingos na Feira de Artesanato do Campo de São Bento, junto com dezenas de barracas de artesanato.

Nenhum comentário: