sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Poema aos Amigos
(Jorge Luis Borges)

Não posso dar-te soluções para todos os problemas da vida,
nem tenho resposta para as tuas dúvidas ou temores,
mas posso escutar-te e repartir contigo.
Não posso mudar o teu passado nem o teu futuro.
Mas quando necessitares de mim estarei junto a ti.
Não posso evitar que tropeces.
Somente posso oferecer-te a minha mão para que te apóies e não caias.
As tuas alegrias, os teus triunfos e os teus êxitos não são meus.
Mas regozijo-me sinceramente quando te vejo feliz.
Não julgo as decisões que tomas na vida.
Limito-me a apoiar-te, a estimular-te e a ajudar-te se me pedes.
Não posso traçar-te limites dentro dos quais deves atuar,
mas ofereço-te esse espaço necessário para cresceres.
Não posso evitar o teu sofrimento
quando alguma pena te parte o coração,
mas posso chorar contigo e recolher os pedaços para armá-lo de novo.
Não posso dizer-te quem és nem quem deverias ser.
Somente posso amar-te como és e ser teu amigo.
Estes dias pensei nos meus amigos e amigas.
Não estavas em cima, nem abaixo nem no meio.
Não encabeçavas nem concluías a lista.
Não eras o número um nem o número final.
Dormir feliz.
Emanar vibrações de amor.
Saber que estamos aqui de passagem.
Melhorar as relações.
Aproveitar as oportunidades.
Escutar o coração.
Acreditar na vida.
E tão-pouco tenho a pretensão de ser o primeiro, o segundo, ou o terceiro da tua lista.
Basta que me queiras como amigo. Obrigado por o seres.

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